Hoje eu vou falar da moda de raízes, ou seja, a moda feita com técnicas e materiais nativos, rústicos. Palhas, crochês, ráfias, rendas e bordados prometem invadir o verão 2010!
Infelizmente, no Nordeste, esses tipos de materiais (tão abundantes) são encarados como peças folclóricas, e nunca como opção para sair de dia ou à noite num evento chique.
Confesso que eu, nordestina que sou, olhava as peças do Mercado Municipal de Aracaju, repletas de bordados, como boas opções para usar numa praia, mas nunca como peças nobres, com ares urbanos.
Infelizmente, no Nordeste, esses tipos de materiais (tão abundantes) são encarados como peças folclóricas, e nunca como opção para sair de dia ou à noite num evento chique.
Confesso que eu, nordestina que sou, olhava as peças do Mercado Municipal de Aracaju, repletas de bordados, como boas opções para usar numa praia, mas nunca como peças nobres, com ares urbanos.
Foi quando me deparei com uma série de roupas e produções incríveis feitas com a nossa arte regional, nos últimos desfiles para mostrar o próximo verão, e, num instante, mudei de ideia e passei a levantar a bandeira para o uso de bordados, crochês e afins em quaisquer ocasiões. Há nobreza suficiente nesses materiais, não duvidem mais disso!
No Brasil, Reinaldo Lourenço subverteu essa visão regional da moda rústica e proporcionou criações pra lá de sofisticadas, deixando de lado o ranço folclórico. O estilista adotou a ráfia* para criar terninhos, vestidos e bustiês, e apenas usou uma camada de resina para dar um brilhinho ao tecido roots. O resultado agradou a todos e a moda se curvou ao look "in natura".
A Maria Bonita também optou pela moda artesanal e fez um desfile repleto de tecidos rústicos, produzidos em tear manual. Fios de algodão, ráfia e linho foram as escolhas folks para apresentar um verão leve.
Outro ótimo exemplo é a marca Têca. Tendo como estilista uma legítima nordestina, Helô Rocha usa e abusa da matéria-prima de sua cidade (Natal), nunca deixa de lado as suas raízes, e em sua última coleção utilizou em diversos momentos materiais oriundos do artesanato regional.
Perfume artesanal!
Nordestinas queridas, corram para o Mercado!
*Ráfia é o nome dado às fibras de palmeira do gênero, comumente usadas para fabricação de sacos para transporte de frutas ou pequenas cargas, como o café. A sua fibra pode ser também usada para a confecção de bolsas, roupas e enfeites femininos.